Con-tato: do conhecimento ao amor
Deuses do Amor - Última atualização: 29 de novembro de 2025
O toque no amor, entre os cinco sentidos, transmite um poder antigo e misterioso, portador de vida e de cura, um verdadeiro instrumento de conhecimento, muitas vezes temido.
No Ocidente cristão, o tato foi penalizado por heranças religiosas que, visando controlar as massas e certos saberes populares considerados “perigosos”, associaram o corpo ao pecado. Ainda assim, o tato é um dos instrumentos de conhecimento mais profundos do ser humano.
Nosso corpo, com bilhões de conexões neocorticais desenvolvidas ao longo da evolução, nos permite orientar-nos e agir no espaço com consciência ativa. Entre os cinco sentidos, o tato se destaca como um dos mais poderosos. Qual outro ser na Terra possui a sensibilidade extraordinária que temos na ponta dos dedos?
Para aqueles privados de outros sentidos, a importância do toque torna-se evidente. Após a visão, o tato surge imediatamente como ferramenta de percepção do mundo externo. Basta observar uma banca de mercado: o instinto de tocar acompanha a atração visual, permitindo distinguir detalhes que os olhos não conseguem captar. Juntos, visão e tato constituem não apenas ferramentas de conhecimento, mas também instrumentos de potência e poder. A ciência e a tecnologia modernas apenas expandem essa capacidade, explorando aspectos ainda mais sutis.
Em muitas culturas antigas (e até hoje em algumas), o toque não tinha seu poder negado. Ao tocar alguém, era possível perceber traços de nervosismo, egoísmo, insegurança ou até loucura. Da mesma forma, quem compreendia o toque do outro podia inferir intenções profundas, sentimentos não expressos em palavras e, sobretudo, a capacidade de amar.
Talvez esse conhecimento antigo e misterioso, ligado aos chamados “sentidos internos” e ao irracional que sabe, tenha assustado aqueles que institucionalizaram outras formas de aprendizado e controle. Ao longo da história, tocar e ser tocado carregou não apenas significado físico, mas também um poder simbólico, capaz de revelar o invisível e tocar o essencial do ser.
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