Quimica amor

Química do amor: o que acontece no cérebro de uma pessoa apaixonada

Deuses do Amor - Última atualização: 5 de outubro de 2025

Curiosamente, embora o amor seja associado ao coração, o principal órgão afetado é, na verdade, o cérebro. Mas onde exatamente o amor “habita” no cérebro, e como ele influencia nossas mentes e corpos? A resposta está na química do amor.

Somente recentemente pesquisadores começaram a investigar os mecanismos neurais de um dos estados mais poderosos e envolventes que os seres humanos conhecem: o amor.

Historicamente, o amor, em suas diversas formas — romântico, erótico, maternal — era terreno de poetas, artistas e psicólogos. A ciência experimental e a neurobiologia, até pouco tempo, não se aprofundavam nesse fenômeno. Hoje, porém, já conhecemos melhor os ingredientes moleculares e fisiológicos do amor.


Neurotransmissores e a química do amor

Dopamina: o motor da euforia

A paixão amorosa desperta sentimentos intensos de felicidade porque desencadeia uma verdadeira tempestade química no cérebro.

A dopamina, liberada pelo hipotálamo, está diretamente associada à recompensa, desejo e estados eufóricos. Ela é produzida tanto quando recebemos algo agradável do parceiro quanto quando transmitimos nosso amor a ele.

A dopamina inicial surge no momento da excitação, mas com o tempo o cérebro aprende a liberá-la antecipando abraços, beijos ou mesmo a presença do parceiro, reforçando o desejo e a ligação afetiva.


Serotonina: o amor como obsessão

O aumento de dopamina costuma vir acompanhado da diminuição da serotonina, especialmente nos primeiros estágios do amor, de forma semelhante ao que ocorre em transtornos obsessivos.

Essa queda explica por que apaixonados tendem a pensar incessantemente no parceiro, concentrando seus pensamentos quase exclusivamente nele. Também pode tornar a pessoa mais vulnerável à ansiedade ou tristeza diante de sinais de rejeição.


Fator de crescimento nervoso

Nos apaixonados recentes, os níveis de fator de crescimento nervoso são significativamente maiores do que em pessoas em relacionamentos de longa duração, correlacionando-se à intensidade do sentimento.


Outros neurotransmissores: norepinefrina, oxitocina e vasopressina

  • Norepinefrina: responsável pelos efeitos físicos da paixão — calor, sudorese, tremores, aceleração do coração e até insônia.
  • Oxitocina e vasopressina: fortalecem o vínculo emocional, facilitam a memória de experiências positivas e reforçam o sentimento de “unidade” com o parceiro.

A plasticidade cerebral faz com que a pessoa amada se torne parte do nosso “eu”, aumentando a motivação para protegê-la.

  • Endorfinas: aumentam nos estágios de estabilidade do relacionamento, promovendo bem-estar, relaxamento e confiança.

A sede do amor: regiões do cérebro envolvidas

Estudos de ressonância magnética funcional (RMF) mostram que diferentes áreas do cérebro são ativadas pela paixão:

  • Hipotálamo: relacionado ao amor romântico e à excitação sexual.
  • Ínsula e corpo estriado: ajudam na transição do desejo sexual para o amor.
  • Córtex frontal e amígdala: apresentam desativações que explicam a suspensão do julgamento crítico e a redução da sensação de medo nos apaixonados.

Essa desativação seletiva permite que os apaixonados:

  • Suspendam críticas e julgamentos racionais sobre o parceiro.
  • Se coloquem em situações de risco para estar com a pessoa amada.
  • Sintam uma sensação de perfeição do outro, típica da fase inicial da paixão.

A loucura do amor

Essa euforia e suspensão do julgamento podem parecer irracionais — a famosa “loucura do amor” celebrada por poetas e filósofos. Nietzsche escreveu em Assim falou Zaratustra:

“Há sempre um pouco de loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.”

A razão, do ponto de vista neurológico, está na ativação e desativação específicas de áreas cerebrais, que promovem a união de pares e aumentam a diversidade genética.


Quanto dura a fase da paixão?

Estudos indicam que essa “tempestade química” dura de 12 a 18 meses, podendo se estender até cerca de 3 anos. Após esse período, o cérebro retorna a um estado mais estável, mas o amor pode evoluir para uma ligação mais profunda e duradoura, baseada em confiança, vínculo emocional e parceria.


Gostou desta matéria sobre Química do amor: o que acontece no cérebro de uma pessoa apaixonada? Se sim, por favor, curta abaixo com um Like para que possamos entender melhor os interesses de nossos leitores. E leia mais dicas aqui