Amor senil
Deuses do Amor - Última atualização: 18 de dezembro de 2025
A atenção ao amor na velhice é hoje objeto de pesquisa em vários campos, especialmente na psicologia e na sociologia. Ao mesmo tempo, vive-se uma verdadeira reavaliação do amor senil.
Até pouco tempo atrás, quase não se cogitava que, nessa fase da vida, um relacionamento amoroso pudesse nascer, crescer e florescer. A visão predominante era simples e cruel: o idoso é velho, tudo nele é decadência.
Com essa lógica, não havia espaço para imaginar que o amor pudesse ser vivido de forma plena.
Porém, estudiosos defendem que apaixonar-se na terceira idade pode ser tão intenso, romântico e emocionante quanto na juventude. E mais: esse amor tardio gera profundo bem-estar em quem o vivencia.
Com o amor, vem também a sexualidade. Pesquisas mostram que, entre 70 e 80 anos, 63% dos homens e 28% das mulheres continuam sexualmente ativos. O sexo, portanto, mantém seu papel significativo, representando uma das formas mais íntimas de conexão com o parceiro.
A médica e psicoterapeuta Fava afirma:
“A vida sexual e emocional na velhice não apenas não desaparece, como pode se desenvolver, se expressar e se modificar para garantir o bem-estar psicológico, emocional e físico. A satisfação sexual assume ainda mais importância na senescência, pois o idoso precisa sentir-se amado, percebido, desejado e sujeito de interesse sexual.”
Ela acrescenta ainda que os mais velhos possuem uma gama mais ampla de comportamentos afetivos e sexuais do que os jovens — comportamentos marcados por intimidade, comunicação e a capacidade renovada de se apaixonar.
Dessa forma, podemos deduzir que o amor e a sexualidade senil podem ser ainda mais completos do que na juventude.
No entanto, aceitar essa realidade não é simples nem mesmo para os próprios idosos. Isso ocorre devido a uma educação rígida e moralizante, que associa amor e sexo na velhice a algo “estranho”, “inadequado” ou até “indecente”.
Como consequência, muitos idosos se sentem inadequados, desenvolvendo frustração, tristeza, agressividade e sintomas depressivos. Esse quadro piora com a reação dos familiares e, em instituições, dos profissionais que reforçam preconceitos.
Segundo especialistas, uma boa intervenção educativa pode ajudar os idosos a superar esses tabus. Essa mudança precisa envolver tanto as famílias quanto os cuidadores.
O primeiro passo é aceitar e viver as próprias emoções com equilíbrio e naturalidade, sentindo-se bem consigo mesmo e com os outros. O psicólogo Fabio observa, inclusive, a beleza do amor senil, especialmente nas fases iniciais — como o namoro, que na velhice ganha leveza e encantamento próprios.
Um equívoco comum é acreditar que, após o climatério, principalmente para as mulheres, a sexualidade perde sentido porque não há mais reprodução. Isso cria sentimentos de inadequação que sufocam o desejo e a afetividade.
Mas resgatar essas emoções reprimidas pode ser transformador, fazendo a pessoa renascer.
Aceitar a terceira idade como um período de plenitude e vitalidade ajuda o idoso a se enxergar como alguém que ainda tem muito a dar e muito a receber.
Porque o amor — e a sexualidade — não têm idade.
E mesmo que o desejo sexual possa diminuir, isso é amplamente compensado por gestos de afeto: carícias, mãos dadas, abraços, companhia e ternura.
São esses gestos que enchem um relacionamento maduro de alegria, profundo vínculo e vitalidade.
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