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É realmente verdade que o amor romântico não existe na realidade?

Deuses do Amor - Última atualização: 23 de novembro de 2025

É verdade que o amor romântico que lemos nos livros e vemos nos filmes, aquele que dura a vida inteira, realmente existe? Ou será que a paixão inicial do casal desaparece com o tempo? E como escolhemos nosso parceiro?

Para responder a essas questões, recorremos à teoria do apego, formulada na década de 1960 pelo psiquiatra inglês John Bowlby. Ele demonstrou que os relacionamentos amorosos seguem padrões que ajudam o indivíduo a se adaptar ao meio social e físico. A teoria do apego explica como, na idade adulta, organizamos nossa vida emocional com base nos laços formados na infância.

O interesse de Bowlby começou ao observar o comportamento de patinhos estudado por Lorenz: eles seguiam o primeiro objeto em movimento que viam ao nascer e o seguiam pelo resto da vida. A partir disso, Bowlby percebeu que muitas espécies, inclusive os humanos, têm comportamentos voltados à proximidade física como forma de proteção.

Enquanto alguns veem o encontro entre duas pessoas como fruto do acaso, Bowlby acreditava que a formação de um casal depende da capacidade do parceiro de confirmar as representações internas que construímos sobre nós mesmos e sobre os outros desde a infância. Ele chamou esse processo de homeostase representativa: buscamos relacionamentos que não desestabilizem nossas estruturas emocionais internas.

O apego e os modelos internos

O apego é definido como a necessidade inata de buscar proximidade e proteção em relação às figuras de referência, desde o primeiro ano de vida até a idade adulta. Bowlby contestou Freud ao afirmar que o vínculo mãe-filho não se baseia apenas na nutrição: a proximidade e a segurança emocional são necessidades primárias.

Bowlby também descreveu os Modelos Operacionais Internos (MOIs), que são esquemas mentais construídos ao longo da vida. Eles permitem que o indivíduo interprete experiências, faça previsões e crie expectativas sobre relacionamentos futuros. Esses modelos podem ser ajustados à medida que a criança cresce e suas experiências mudam.

Para que um relacionamento seja considerado de apego, três condições devem estar presentes:

  1. Busca de proximidade: a pessoa procura estar próxima da figura de apego.
  2. Protesto pela separação: surge quando o vínculo é interrompido ou ameaçado.
  3. Base segura: a presença da figura de apego proporciona segurança e confiança.

Tipos de apego na infância

Mary Ainsworth, colaboradora de Bowlby, identificou quatro tipos de apego em crianças:

  • Apego seguro (B): crianças com figuras de apego responsivas exploram o ambiente com confiança e retornam à base segura quando necessário.
  • Apego inseguro-evitativo (A): crianças com figuras de apego indisponíveis inibem emoções e buscam aprovação externa, evitando intimidade.
  • Apego inseguro-ambivalente (C): crianças com figuras de apego inconsistentes têm medo da separação e controlam rigidamente a proximidade.
  • Apego desorganizado (D): crianças em situações de perigo com a figura de apego exibem comportamentos paradoxais e desorganizados.

Apego na vida adulta

Hazan e Shaver (1987, 1992) mostraram que o apego infantil se reflete nos relacionamentos adultos. Pessoas com apego seguro descrevem seus relacionamentos como confiantes e duradouros (média de 10 anos). Indivíduos com apego ansioso-ambivalente vivenciam ciúme, obsessão e ansiedade, com relações mais curtas (4 anos e 8 meses, em média). Já os ansiosos-evitantes apresentam medo da intimidade e instabilidade emocional (média de 5 anos e 9 meses).

Conclusão

Apesar das diferenças individuais, o amor romântico apresenta traços universais, como o desejo de proximidade e vínculo emocional. A intensidade e a forma como se manifesta, no entanto, variam de acordo com o histórico de apego de cada indivíduo. Entender esses padrões ajuda a compreender como e por que nos apaixonamos, e como podemos cultivar relacionamentos mais saudáveis e duradouros.


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