Carta para os Deuses – Como recomeçar após o fim de um grande amor?
Deuses do Amor - Última atualização: 3 de dezembro de 2025
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Como recomeçar após o fim de um grande amor?
Queridos Deuses do Amor,
Leio a coluna de vocês há tanto tempo que sinto como se estivesse escrevendo para um amigo.
Hoje, decidi abrir meu coração porque, depois de um relacionamento de muitos anos, estou tentando finalmente fechar este capítulo da minha vida — seguir em frente, deixar de sofrer por uma história que, há algum tempo, já não me fazia feliz e não fazia mais meu coração bater. Esse músculo ambíguo, mas tão precioso, que vocês chamam no romance de vocês de “aquele palhaço vermelho”.
É curioso como ele é o único órgão capaz de canalizar todas as nossas energias. E quando ele se recusa a colaborar, quando já não responde, eu me sinto cansado, vazio, esgotado por dentro e por fora. Até minha garganta parece sempre seca, como se faltassem palavras para explicar a dor.
Será que um dia vou conseguir me entregar a outra paixão?
Meu coração voltará a bater como antes?
Tenho medo que não. Medo de não ser forte o suficiente e acabar me quebrando ainda mais.
Como recomeçar após o fim de um grande amor?
Com respeito e carinho,
(Phoenix)
Os Deuses do Amor respondem
Minha querida Phoenix,
Tenho certeza de que você não escolheu esse nome por acaso.
Você sabe — ou já começa a pressentir — que, assim como a mítica Fênix, as pessoas renascem das próprias cinzas. Às vezes, é preciso permitir que uma fogueira queime o que já não tem vida, para abrir caminho para algo novo. E é exatamente isso que você está fazendo agora: encontrando coragem para encarar o que não funciona mais.
O que está te impedindo?
Você mesma já percebeu que esse relacionamento sem emoção não é mais a resposta para você. Pelo contrário: traz mais dor que alegria. Então por que se agarrar a ele?
Porque existe um medo silencioso que todos nós conhecemos:
o medo de que, depois do fim, não venha mais nada.
Que aquele amor fantasma seja melhor do que o vazio que imaginamos.
Mas eu te digo: não tema.
O “bufão vermelho” — esse coração que parece adormecido — faz drama, se esconde, finge que não quer brincar. Mas não sustenta o papel por muito tempo. Sua natureza é bater forte, se inflamar, se entusiasmar. E ele vai fazer isso de novo, exatamente quando você menos esperar.
Dê a ele apenas o que precisa agora:
espaço, ar, silêncio e coragem.
Abra campo para o novo.
Deixe o velho finalmente partir.
E confie.
Porque, como todo bom bufão,
ele vai te surpreender com uma cambalhota que você jamais imaginaria.
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